Eu tinha somente seis anos. Mas foi paixão à primeira vista – ou melhor,
à primeira ouvida. No auge do sucesso, o som irreverente dos Mamonas
Assassinas me encantou. As piadas e as frases de duplo sentido, tudo bem, só
fui entender muito tempo depois, mas estou certo de que meu subconsciente
infantil logo compreendeu o valor daquele conjunto que arrebatou o Brasil de ponta
a ponta. Foi minha porta de entrada para o rock. Obrigado, Mamonas.
Dezesseis anos se passaram. Hoje, aos 22, no último ano da faculdade,
posso dizer que música e Jornalismo são duas grandes paixões. Aliás, enquanto
dou os primeiros passos na profissão, também brinco de ser músico. Sou
baixista. Ou melhor: tento ser. Já toquei em duas bandas, sempre ao lado de
amigos. Enfrentamos as mais adversas condições: um dia, tocávamos para uma
plateia de 600 pessoas; em outro, o público não passava de meia dúzia de
cabeças, isso sem falar dos choques e daquela microfonia sem fim. Faz parte.
A experiência me influenciou a criar este blog. Aqui, quero unir o útil
ao agradável – o jornalismo à música – para fazer um mergulho no mundo do rock
underground – aquele que passa bem longe do rádio e das telas da televisão. Afinal,
nem sempre é preciso ir muito longe para encontrar ótimas bandas tocando o bom
e velho rock’n roll, seja qual for a vertente. Os futuros Mamonas Assassinas –
se é que isto é possível – podem estar quebrando tudo em pequenos palcos,
garagens ou porões. Podem estar ali, muito perto, bem na nossa esquina. Basta
abrir os ouvidos.
Bom dia!